Chegando ao sexto mês de sua gestão, Emília Corrêa (PL) começa a deixar clara sua verdadeira face à frente da Prefeitura de Aracaju, e o traço mais marcante que salta aos olhos neste momento é o autoritarismo.
A relação com a Câmara Municipal, que já vinha desgastada, ganhou um novo e polêmico capítulo após declarações da prefeita que soaram como um recado direto aos parlamentares: críticas, mesmo vindas da base aliada, não serão toleradas.
Durante recente pronunciamento, Emília afirmou que vereadores da base que criticam a gestão estão “no fórum errado”. A fala foi interpretada nos bastidores como uma tentativa clara de enquadrar os aliados que têm adotado uma postura mais independente no parlamento. “Se é base, é gestão. Vai ter coisa para resolver? Só tem. Mas se o vereador vai lá, fala, e faz parte da base, está no fórum errado”, declarou a prefeita.
O alvo, ainda que não citado nominalmente, foi o vereador Fábio Meireles (PDT), um dos nomes que têm se destacado por levar demandas da população à tribuna, inclusive com críticas à própria administração. Em sua atuação recente, Meireles expôs publicamente a situação da UBS Anália Pina, no Conjunto Tamandaré, que estaria há três meses sem médico da equipe verde, fato que causou grande repercussão negativa para a Secretaria Municipal da Saúde.
A postura do vereador incomodou o núcleo da prefeitura. E nos bastidores, cresce a percepção de que Emília deseja uma base submissa, que se limite a aplaudir a administração, mesmo diante de falhas visíveis em áreas como saúde, mobilidade e atendimento social.