Enquanto mais de 180 deputados federais assinaram o pedido para criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende investigar um esquema de fraudes no INSS, o deputado João Daniel (PT) se opôs, minimizando o rombo bilionário contra aposentados.
Em declarações públicas, o parlamentar se posicionou contra a abertura da comissão, que mira um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões envolvendo a cobrança indevida de mensalidades de aposentados por entidades sindicais.
Segundo João Daniel, “não há motivo nenhum para criar CPI”. Ele ainda tentou tirar o foco da responsabilidade política ao alegar que o suposto esquema “teve início no governo anterior” e que as apurações já estariam sendo feitas por órgãos como a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União. “Nada fica escondido debaixo do tapete”, disse.
A resistência do parlamentar, no entanto, levanta questionamentos: por que barrar uma investigação ampla no Congresso que poderia reforçar — e não atrapalhar — a transparência do processo?
A proposta da CPI surge em meio a denúncias de descontos não autorizados nos benefícios de aposentados, prática que estaria sendo realizada por meio de convênios entre o INSS e sindicatos ou associações — muitos deles ligados à base petista.