sábado, agosto 2, 2025
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Seguindo os mesmos passos de Valmir em 2022, Emília apela para o vitimismo e um verniz de moralismo para esconder erros grotescos de sua gestão

Após medidas cautelares do TCE por sobrepreço na compra de ônibus elétricos, prefeita se esquiva de responsabilidades e insinua perseguição política sem apresentar provas

A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), voltou a adotar um cansativo vitimismo como escudo diante de uma crise que ela mesma provocou. A reação veio após o Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE) determinar medidas cautelares contra sua gestão, por indícios de sobrepreço na compra de ônibus elétricos e irregularidades na condução do processo licitatório do transporte público da capital.

Nas redes sociais, ela tentou inverter os papéis. Disse que está sendo alvo de uma “tentativa de desestabilização política” e insinuou que há interesses em torná-la inelegível. “Não citarei nomes por enquanto, mas também não vou me calar”, acrescentou, se esquivando da polêmica.

A fala, carregada de insinuações e sem qualquer prova, repete a velha fórmula do “estão me perseguindo”, usada por outros políticos, como Valmir de Francisquinho, quando o cerco se fecha. Mas, ao contrário do que tenta fazer parecer, não há qualquer conspiração: o que há é uma sequência de decisões administrativas desastrosas, que agora vêm à tona.

O erro é técnico, objetivo e milionário. As medidas cautelares do TCE são baseadas em dados técnicos contundentes: segundo o relator do processo, conselheiro Flávio Conceição, o valor dos ônibus adquiridos por Aracaju ultrapassou em até R$ 850 mil por unidade os preços praticados em outras cidades, o que pode representar um sobrepreço total de até R$ 28,5 milhões.

A compra foi feita via adesão à Ata de Registro de Preços nº 01/2024, firmada originalmente entre a prefeitura de Belém (PA) e a empresa TevxMotors Group Ltda. O problema é que, ao optar por essa adesão, em vez de manter o processo licitatório já em andamento no município, a gestão de Emília incorreu em cláusulas restritivas à competitividade, falta de fundamentação técnica e descumprimento contratual.

Além disso, o TCE apontou que a anulação da Concorrência Pública nº 01/2024, feita de forma unilateral pela prefeita enquanto presidente do Consórcio Metropolitano, foi ilegal e abusiva, pois não contou com ato formal nem respaldo judicial, ferindo o estatuto do próprio CTM.

Diante da gravidade das acusações, Emília não apresentou explicações técnicas. Preferiu adotar o discurso emocional, dizendo lamentar a retirada dos ônibus de circulação e tentando atribuir a responsabilidade ao próprio TCE. Disse ainda que está cumprindo as determinações com “responsabilidade”, mas omitiu que sua gestão poderá ser multada em até R$ 90 mil por dia caso não obedeça às ordens.

No lugar da transparência, Emília optou por jogar para a plateia, usando o mesmo verniz de moralismo que sempre serviu como seu marketing político. Agora, ao ser confrontada com um escândalo, tenta escorar sua imagem no argumento de que estaria sendo alvo de forças ocultas, um discurso pronto, sem fatos e sem coragem de nomear seus supostos algozes.

Nas redes sociais, o público não reagiu bem à tentativa de terceirizar responsabilidades. Muitos apontaram que Emília está seguindo os mesmos passos de Valmir de Francisquinho (PL) em 2022, quando, também diante de erros próprios e desgaste político, preferiu se vitimizar e alegar ser alvo de perseguição para tentar preservar seu capital eleitoral.

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